segunda-feira, 5 de novembro de 2007

GREVE GERAL


Nos tempos em que minha mãe era professora em escola pública e eu a via participar de greves e movimentos que buscavam melhores salários para os professores e melhor qualidade na educação, jamais passou pela minha cabeça que eu seria um professor. Muito menos de que eu participaria de uma greve
Aliás, talvez por isso mesmo que tenha demorado tanto tempo para que eu decidisse ir pra faculdade estudar para ser um. Foi como uma força dentro de mim contra a qual eu lutava com toda a minha energia. Já tinha em casa um bom exemplo de sofrimento com as longas horas devotadas ao trabalho de ensinar os filhos dos outros, trabalhando 60 horas e um salário que não dava para nada...

Well, mas não vim aqui às 2:00 da manhã pra falar sobre minha mãe. certamente ela merece um post neste blog, mas não agora.
Agora é hora de fazer uma comparação e uma costatação.

A COMPARAÇÃO
Fossem os professores de hoje os mesmos de uns 20 anos atras, um estado de greve, daqueles com panelaço na frente do Piratini, enfrentamento com a brigada e canções com o nome da governadora estariam acontecontecendo no dia seguinte ao anuncio do "pacotaço"! Pior! A mobilização indignada dos educadores já teria ganho as ruas no momento em que a governadora começou a empilhar 50 alunos por sala de aula! (enturmação) Sem contar no instante em que a senhora Secretaria da Educação teve a cara-de-pau de falar na TV (da assembléia legislativa) que não havia mal nenhum em ter numa mesma sala alunos de 3 ou mais séries diferentes sendo atendidos por um só professor! (multisseriação)
Certamente, minha mãe, hj aposentada, e suas colegas já estariam revoltadas, indignadas em uma greve barulhenta daquelas que faria governadoras e secretárias pensar duas vezes antes de falar em público.

A CONSTATAÇÃO
Parece que fomos ensinados a entender que movimentos de greve ao dão em nada, se não no desgaste e recuperação no mês de fevereiro. . . pois ao contrário de outras categorias, o magistério tem de cumprir 200 dias letivos. É com isso que contam os governantes quando impõe seus cortes, pacotes e medidas amontoantes. Contam também com um pensamento que (com certa razão) vem ganhando força lentamente: "pq fzr greve, nao vai dar em nada mesmo... prefiro terminar o ano logo e ter férias no verão, nao me incomodar...." tive esta impressão na semana passada enquanto via de longe, na sala dos professores, uma professora tentando explicar para as colegas (sem muito apoio da audiência) a paralização do dia 7.

Ou seja a greve geral marcada para o proximo dia 7 de novembro. (pra variar o dia do meu estágio) parece que não vai dar em nada.

De minha parte, espero estar errado.

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